Pelo diário de Santa Maria do dia 06/12/2012:
Nova proposta para o Ensino Médio
Segunda a nova proposta pedagógica para o Ensino Médio Politécnico (2011/2014) “do ponto de vista da organização curricular, a politecnia supõe novas formas de seleção e organização dos conteúdos a partir da prática social, contemplando o diálogo entre as áreas de conhecimento; supõe a primazia da qualidade da relação com o conhecimento pelo protagonismo do aluno sobre a quantidade de conteúdos apropriados de forma mecânica; supõe a primazia do significado social do conhecimento sobre os critérios formais inerentes à lógica disciplinar”.
Para mim, o que está por trás dessa proposta é um velho conceito abordado na área da educação e que é muito pouco utilizado na prática – a interdisciplinaridade.
Mas o que se entende por interdisciplinaridade? Como se dá nossa relação com o mundo social, natural e cultural? E como se realiza um fazer docente pautado nesse conceito?
Algumas das maiores contribuições para o conceito de interdisciplinaridade vieram do Centre International d’Epistémologie Génetique, fundado em 1955 por Piaget, que dava continuidade a um trabalho de investigação interdisciplinar iniciado anos antes em colaboração com um de seus mestres, Edward Claparéde, fundador, em 1912, do Institut Jean-Jacques Rosseau, também em Genebra.
Para a Escola de Genebra, a interdisciplinaridade tem um forte sentido epistemológico, envolvendo a ideia de reconstrução de saberes a partir da identificação e da análise dos mecanismos teórico-práticos comuns às disciplinas. A interdisciplinaridade caracteriza-se por um ensino comum a duas ou mais disciplinas ou campos do conhecimento, ou seja, prevê a troca e a cooperação entre os profissionais ou áreas envolvidas.
A importância de se trabalhar interdisciplinarmente no contexto escolar está: em primeiro lugar, porque não se prende apenas a conteúdos específicos e descontextualizados que devem ser “vencidos”, sugere a busca de temáticas gerais e que façam parte do interesse da comunidade escolar; em segundo lugar, porque a interdisciplinaridade aponta para uma abordagem que integra com mais facilidade a ética, a estética e a política, com o conhecimento, superando a escola tradicional que trazia, instaurada em seu interior, uma ruptura com estes valores e o mundo social, natural e cultural.
Enfim, a construção de um currículo escolar pautado no conceito de interdisciplinaridade só será possível se houver muito diálogo e trabalho coletivo entre os professores, e principalmente, se a eles for oferecida e incentivada a formação continuada por parte das autoridades com o devido respaldo de uma proposta salarial digna de sua profissão.
Professor de Física da rede estadual
Fonte:http://www.clicrbs.com.br/dsm/rs/impressa/4,41,3654321,18937
Para mim, o que está por trás dessa proposta é um velho conceito abordado na área da educação e que é muito pouco utilizado na prática – a interdisciplinaridade.
Mas o que se entende por interdisciplinaridade? Como se dá nossa relação com o mundo social, natural e cultural? E como se realiza um fazer docente pautado nesse conceito?
Algumas das maiores contribuições para o conceito de interdisciplinaridade vieram do Centre International d’Epistémologie Génetique, fundado em 1955 por Piaget, que dava continuidade a um trabalho de investigação interdisciplinar iniciado anos antes em colaboração com um de seus mestres, Edward Claparéde, fundador, em 1912, do Institut Jean-Jacques Rosseau, também em Genebra.
Para a Escola de Genebra, a interdisciplinaridade tem um forte sentido epistemológico, envolvendo a ideia de reconstrução de saberes a partir da identificação e da análise dos mecanismos teórico-práticos comuns às disciplinas. A interdisciplinaridade caracteriza-se por um ensino comum a duas ou mais disciplinas ou campos do conhecimento, ou seja, prevê a troca e a cooperação entre os profissionais ou áreas envolvidas.
A importância de se trabalhar interdisciplinarmente no contexto escolar está: em primeiro lugar, porque não se prende apenas a conteúdos específicos e descontextualizados que devem ser “vencidos”, sugere a busca de temáticas gerais e que façam parte do interesse da comunidade escolar; em segundo lugar, porque a interdisciplinaridade aponta para uma abordagem que integra com mais facilidade a ética, a estética e a política, com o conhecimento, superando a escola tradicional que trazia, instaurada em seu interior, uma ruptura com estes valores e o mundo social, natural e cultural.
Enfim, a construção de um currículo escolar pautado no conceito de interdisciplinaridade só será possível se houver muito diálogo e trabalho coletivo entre os professores, e principalmente, se a eles for oferecida e incentivada a formação continuada por parte das autoridades com o devido respaldo de uma proposta salarial digna de sua profissão.
Professor de Física da rede estadual
Fonte:http://www.clicrbs.com.br/dsm/rs/impressa/4,41,3654321,18937
O que você pensa sobre a proposta? Entendeu?
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Também temos outro enfoque sobre a proposta, vinda de São Paulo.
ResponderExcluirConfira: http://diariodaeducacao.com.br/?p=1038
Ressalta a questão do que se trata realmente essa proposta.
A preocupação com as horas/aula dos professores de português e matemática, pois passariam a ganhar menos me função de ter menos aulas.
Onde também tentam argumentar que a proposta não é suficiente pois não atinge o currículo profundamente.
Também, em SP, ressaltam algumas dificuldade presentes no RS-Santa Maria.
A proposta é interessante, pois algumas práticas que já acontecem estão mexendo com os professores e estudantes. No seminário integrado (SI), especificamente de uma escola que observo, os estudantes já estão pesquisando sobre o tema apontado pelo diagnóstico sócio-antropológico, a partir do enfoque de diversos professores (diversas áreas). Ou seja, professores e estudantes estão “correndo atrás” dessa novidade que foi proposta, é claro, com algumas objeções, por exemplo, no tocante a forma como foi posta.
ResponderExcluirNo meu ver é o início de uma prática que, talvez a anos, não sai do discurso, partir da realidade do aluno, da comunidade escolar, assim por diante, e principalmente, tornar o estudante ativo, sujeito da educação. É uma proposta que a tempo precisava acontecer na prática. Tomara que renda bons frutos.
Ademais, tal proposta me parece de fato o inicio de uma efetiva democratização desse nível de ensino, um direito de todos os brasileiros, e não apenas massificação.
Entretanto, ficam algumas curiosidades como; “Essa proposta vai perdurar? Esta sendo pensada a partir dos interesses coletivos ou governamentais/partidários, que não são necessariamente os coletivos? Ou pior, está sendo pensado a partir de interesses ou cobranças estrangeiras? E os custos para a efetiva operacionalização desse projeto (que inclui formação, materiais...) são das secretarias ou do ministério?” Entre outras.
Abraço a todos que contribuirem!!